Provérbios 18.21
Publicado em 24/08/2025
A Minha Saúde também Depende do que Eu Falo
Introdução
Vivemos em um tempo em que muitas doenças são estudadas e tratadas, mas pouco se fala sobre a influência das palavras no bem-estar físico, emocional e espiritual do ser humano. A Bíblia nos ensina que a boca é como uma fonte de vida ou de morte, dependendo do que dela procede. Em Provérbios 18:21 está escrito: “A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto.” Nossas palavras não são apenas sons no ar, elas moldam realidades, fortalecem ou destroem relacionamentos, e revelam a condição espiritual do coração.
Jesus disse que “a boca fala do que está cheio o coração” (Mt 12:34). Portanto, a forma como falamos com nossa família, no trabalho e até mesmo conosco mesmos, reflete o estado da nossa alma. O tema desta mensagem nos lembra de que a saúde integral – espiritual, emocional e até física – está profundamente ligada ao que sai dos nossos lábios. Assim, vamos meditar em oito aspectos bíblicos que mostram como as palavras afetam nossa vida.
1) A qualidade de vida em família depende do que é falado no lar (1Pe 3:10)
10 Pois quem quer amar a vida e ver dias felizes refreie a língua do mal e evite que os seus lábios falem dolosamente; 1 Pedro 3:10
Pedro nos ensina que aquele que quer ver dias felizes deve refrear a língua do mal. A família é o ambiente onde as palavras têm mais impacto, pois são repetidas diariamente, moldando caráter e emoções. Palavras de amor, encorajamento e fé edificam um lar saudável, enquanto palavras de crítica, desprezo e murmuração criam um ambiente de dor. O lar cristão precisa ser um espaço onde a língua é usada para promover paz, reconciliação e ensino da Palavra.
O apóstolo Paulo orienta: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover edificação, para que dê graça aos que a ouvem” (Ef 4:29). Pais que abençoam os filhos com palavras de fé os preparam para enfrentar a vida; esposos e esposas que se respeitam com palavras carinhosas cultivam um lar sólido. Assim, a saúde emocional e espiritual da família depende diretamente do que é falado dentro de casa.
2) O destino da vossa alma é evidenciado pelas nossas palavras (Mt 12:36-37)
36 Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; 37 porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado. Mateus 12:36-37
Jesus advertiu que no dia do juízo daremos conta de cada palavra frívola. Isso mostra que nossas palavras têm valor eterno, não apenas momentâneo. Com elas, podemos confessar Jesus como Senhor para a salvação (Rm 10:9-10) ou negá-lo para a condenação (Mt 10:33). O destino da alma não é definido por discursos vazios, mas por palavras que revelam fé genuína ou incredulidade.
Tiago, ao tratar sobre a língua, compara-a a um leme que dirige um grande navio (Tg 3:4-6). Do mesmo modo, nossas palavras dirigem nossa vida em direção à salvação ou à perdição. Se confessamos Cristo e vivemos em coerência com a fé, nossas palavras nos justificam; se vivemos em mentira, engano e blasfêmia, nossas próprias palavras testificam contra nós.
3) O estado da minha alma depende do que sai da minha boca (Pv 21:23; 13:3; 16:24)
O sábio Salomão afirma que quem guarda a boca e a língua preserva a alma das angústias. Isso significa que palavras precipitadas, duras ou negativas alimentam inquietação e sofrimento interior. Em contrapartida, palavras suaves e agradáveis são comparadas a “favo de mel, doçura para a alma e saúde para os ossos” (Pv 16:24). O que sai da boca reflete e alimenta o estado interior da alma.
Quando falamos com gratidão, louvor e esperança, nossa alma se fortalece em Deus. É por isso que o salmista repetia: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome” (Sl 103:1). O louvor liberta a alma da opressão e a conduz à confiança no Senhor, enquanto a murmuração adoece o coração.
4) A autenticidade da minha fé se manifesta através do que falo (Tg 1:26)
26 Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã. Tiago 1:26
Tiago é claro ao afirmar que a religião de quem não refreia a língua é vã. A verdadeira fé não é apenas crer em Deus, mas refletir esse relacionamento através daquilo que falamos. Palavras que glorificam a Deus, confortam os aflitos e proclamam o evangelho demonstram uma fé viva. Já a língua descontrolada denuncia hipocrisia espiritual.
Jesus disse: “Por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado” (Mt 12:37). A confissão pública de Cristo diante dos homens é prova de fé autêntica (Rm 10:10). Se alguém afirma crer, mas sua boca é cheia de calúnia, mentira e blasfêmia, sua fé é morta. A língua, portanto, é um reflexo prático da vida espiritual.
5) O que sai da minha boca pode gerar uma psicologia de morte ou de vida (Pv 18:21)
21 A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto. Provérbios 18:21
Provérbios declara que a vida e a morte estão no poder da língua. Isso significa que palavras podem construir ou destruir, motivar ou desanimar, curar ou ferir profundamente. Muitos vivem aprisionados por palavras de maldição que ouviram no passado, enquanto outros foram levantados por palavras de encorajamento e esperança.
Jesus é o exemplo supremo: Ele usava palavras que geravam vida. Ao dizer para o paralítico: “Levanta-te e anda” (Lc 5:24), não apenas curou o corpo, mas restaurou a dignidade daquele homem. Em contraste, as palavras dos fariseus frequentemente oprimiam e condenavam. O discípulo de Cristo é chamado a falar vida, proclamando a verdade em amor (Ef 4:15).
6) Palavras podem contaminar como um vírus (Mt 15:11)
11 não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem. Mateus 15:11
Jesus ensinou que não é o que entra pela boca que contamina o homem, mas o que dela sai. Palavras impuras, maledicências e fofocas são como vírus que contaminam ambientes inteiros. Basta uma palavra maldosa para destruir a reputação de alguém ou envenenar relacionamentos.
O livro de Tiago compara a língua a um fogo que incendeia uma grande floresta (Tg 3:5-6). Da mesma forma, palavras tóxicas podem se espalhar rapidamente, gerando discórdia e divisão na igreja e na família. O cristão é chamado a usar a boca para purificar, e não para contaminar, como diz Paulo: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal” (Cl 4:6).
7) O que sai da minha boca revela o que está no coração (Mt 12:34)
34 Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração. Mateus 12:34
Jesus afirmou: “A boca fala do que está cheio o coração.” Assim, não são apenas os lábios que revelam quem somos, mas o coração por trás deles. Se a boca está cheia de queixas, é porque o coração está amargurado. Se a boca transborda louvor, é porque o coração está cheio da graça de Deus.
O salmista pediu: “Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta dos meus lábios” (Sl 141:3). Este pedido mostra que controlar a língua é, na verdade, uma questão de transformar o coração. Quando deixamos Cristo reinar dentro de nós, nossas palavras naturalmente passam a refletir o caráter de Cristo.
8) O que sai da minha boca pode ser bênção ou maldição (Tg 3:10)
10 De uma só boca procede bênção e maldição. Tiago 3:10
Tiago lamenta que da mesma boca procedam bênção e maldição, o que não convém aos filhos de Deus. O cristão foi chamado para ser canal de bênção, e não instrumento de destruição. Quando abrimos a boca, podemos semear esperança e fé, ou espalhar medo e incredulidade.
Deuteronômio 30:19 nos lembra: “Tenho posto diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas.” Nossas palavras são escolhas diárias: optar por abençoar é optar pela vida. A boca do justo deve ser fonte de sabedoria, como diz Provérbios 10:11: “A boca do justo é manancial de vida.”
Conclusão
Somos aquilo que falamos e ouvimos, como afirma a conclusão do nosso texto base. A vida cristã saudável depende de uma língua consagrada a Deus. Precisamos perguntar: nossas palavras têm gerado saúde ou enfermidade espiritual? Têm abençoado ou amaldiçoado?
Hoje o Senhor nos chama ao arrependimento. Se temos usado a língua para ferir, precisamos pedir perdão. Se temos sido negligentes, precisamos consagrar nossa boca ao Senhor. Que nossas palavras passem a ser instrumentos de edificação, louvor e evangelismo.
Assim como Isaías teve seus lábios purificados pelo fogo do altar (Is 6:6-7), nós também podemos ser transformados. Entregue sua boca a Cristo e escolha ser fonte de bênção. Use suas palavras para confessar Jesus como Senhor e Salvador. Pois “se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Rm 10:9).
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