Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram…

Reflexão Pastoral
Publicado em 28/05/2025

Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram…

Vivemos em uma época dominada pelo imediatismo. Queremos ver para crer, ouvir para confiar, sentir para seguir. Mas há um chamado bíblico que nos convida a ir além das aparências, além dos sentidos naturais. O apóstolo Paulo, escrevendo aos coríntios, cita um princípio profundo da Escritura quando afirma: "Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam." (1 Coríntios 2.9).

Essa não é apenas uma promessa para o futuro, como o céu ou a eternidade gloriosa com Cristo — embora certamente a inclua. Paulo está falando de algo presente, de uma realidade que já se manifesta na vida dos que amam a Deus. É uma verdade sobre a dimensão espiritual que se abre quando caminhamos em fé, e não apenas pela lógica ou pela razão.

A realidade de Deus excede os nossos sentidos. Ele não está limitado ao que podemos ver ou ouvir. Quantas vezes ficamos angustiados diante de circunstâncias visíveis — como um problema financeiro, um conflito familiar ou uma enfermidade — e esquecemos que Deus trabalha mesmo quando não percebemos. Como está escrito em Isaías 64.4: “Desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera.” Deus age no invisível, no oculto, no secreto. Ele prepara caminhos onde não há trilhas e responde orações antes mesmo de serem verbalizadas.

Mas como acessar essas coisas que "olhos não viram"? Paulo responde no versículo seguinte: “Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito” (1 Co 2.10). Aqui está o segredo: as verdades mais profundas da fé cristã não são descobertas por estudo humano, nem por emoções passageiras, mas reveladas pelo Espírito Santo aos que vivem em comunhão com Deus. É na vida devocional, na oração sincera, na meditação da Palavra e na obediência diária que o Espírito Santo abre nossos olhos para enxergar além do natural.

E há um detalhe precioso no texto: tudo isso é preparado “para aqueles que O amam”. O amor por Deus é a chave que abre esse tesouro espiritual. Não se trata de merecimento ou posição, mas de relacionamento. Amar a Deus não é apenas sentir algo por Ele, mas viver para agradá-Lo, escolhê-Lo diariamente, preferi-Lo às nossas vontades. Quem ama a Deus aprende a confiar mesmo sem ver, a esperar mesmo sem entender, a obedecer mesmo quando dói.

Amar a Deus nos faz experimentar a paz que excede o entendimento, a alegria que independe das circunstâncias e a força que se manifesta na fraqueza. As maiores bênçãos não são aquelas que tocamos com as mãos, mas as que nos tocam a alma — e essas, Deus preparou para os que O amam.

Por isso, não viva guiado apenas pelos seus olhos ou ouvidos. Viva pela fé. Busque mais do Espírito. Ame a Deus acima de todas as coisas. E você verá que há um mundo invisível de propósitos, consolo, poder e graça esperando para ser revelado em sua vida.

Deus já preparou. E no tempo certo, Ele revelará.


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